quarta-feira, 6 de maio de 2015

Um Dia de Cada Vez

Ou: O Insustentável Peso do Ar; A Hora do Stress; Back In My Old Pants; A Festa de Anos da Prima A.; O Teu Segundo Mês; As Terríveis Cólicas (ou Lá o Que É); Já Dormes a Noite Toda, Bebé! A Ervilhinha; Feliz Aniversário de 2 Meses...

Este post podia ter muitos títulos, mas escolhi o mais simples. Temos de curtir, viver e ultrapassar um dia de cada vez. Demorei muito para escrever e descrever este mês. Tens ocupado (felizmente) muito do meu tempo e eu gosto.

Todos os dias têm sido iguais e todos os dias têm sido diferentes. Acordamos sempre tarde. Primeiro eu esperançosa e desejosa de ter tempo que chegue para comer e ir à casa-de-banho. Depois tu com os teus olhinhos espertos e alegres. A maior parte das vezes consigo fazer tudo o que quero, de vez em quando não. Tu és como nós. Gostas de dormir a manhã toda no escurinho e sem perturbações. Abro-te a persiana devagarinho. Primeiro alguns buracos, 10 minutos depois todos e por último puxo-a toda para cima. Passado um pedaço acordas linda e cheia de vida. Fazes força e eu ajudo levantando-te as pernocas. Ficas aliviada e começas a ficar inquieta. Não gostas de te sentir suja. Trago-te para a sala, mudo-te a fralda, ficas a sentir-te bem. Ponho soro no nariz, lavo-te a cara e as mãos e ponho creme na tua carita se der tempo. Sento-te na tua cadeirinha, a preta da marca sueca BB. Primeiro ficavas a chorar. Querias comer. Tinhas fome. Depois de tratar do teu rabinho vou sempre lavar as mãos, tem de ser. Aproveito e trago a tua caminha para a sala. Agora já não tens chorado. Esperas por mim. Às vezes ainda choramingas quando me ouves a chegar, mas hoje não. Agora já sabes que a mamã vem lá pronta para te dar maminha. Olhas-me com um olhar ávido e contente a fazer biquinho com a boca e a língua de fora a salivar de antecipação e eu digo, a mamã dá, a mamã dá. Vamos para o nosso cantinho do sofá e bebes o teu leitinho sofregamente primeiro mais devagar a seguir. Estamos muito tempo as duas. Às vezes ficamos as duas com sono, outras vezes não. Gostas de mamar até ficar molinha, mas agora já não tens tanto sono e choramingas um bocadinho. Às vezes adormeces, mas quando o papá chega para almoço estás sempre acordada, parece já sabes quando ele está em casa! Não conseguimos almoçar juntos, mas não faz mal. Estamos a cuidar de ti, a brincar contigo ou a tentar adormecer-te. Ficamos felizes. Às vezes ainda tenho de ir tomar banho e só almoço quando adormeces, outras vezes como logo e fica o papá a tratar de ti. Dormes um pouquinho e depois pareces acordar, mas não. Abres os olhos, espreguiças-te, esperneias e esbracejas. Demoras que tempos a voltar a dormir profundamente. Tento não te perturbar, mas na maior parte das tardes acabo por pegar em ti ao colo. E dormes. [como agora]. É tão bom ter-te assim nos meus braços descansadinha... 

Quando acordas para lanchar, já o sol bate na nossa janela. Mudo a fralda e dou maminha. É normalmente a esta hora que se dá um fenómeno que não conseguimos explicar. Ficas agitada e pareces nunca ficar satisfeita com a maminha. Tento pôr-te a arrotar e não deixas (só te consigo colocar "direita" desde há uma semana). Mexes a cabeça violentamente para um lado e para o outro e contorces-te. Não consegues ficar molinha como gostas e chateias-te. A luz parece incomodar-te, o som da TV também. A fralda atrapalha-te, a roupa também. Tens calor, tens frio. Precisas de arrotar e não consegues. Arrotas-te e não gostas, bolsaste e não gostas. Queres colo mas não queres. Queres a tua caminha mas não estás bem. Dói-te a barriga, tens gases, tens as terríveis cólicas ou talvez não. Estás mal-disposta, tens azia (ou refluxo). Um dia é uma coisa, noutro é outra. É a Hora do Stress, é a Ervilhinha, como na história. Tudo te incomóda e tu não sabes o que sentes e nós não sabemos o que fazer para te ajudar. Parecemos baratas tontas (por esta altura já o papá tem chegado a casa) a tentar aliviar-te. Mudamos a fralda novamente e ficas menos chorosa (sim costumas chorar como se não houvesse amanhã, gritas quase, quando o pai fala comigo, ou eu com ele não ouvimos porque choras), vais-te calando e ficas muito tempo de perna ao léu, choramingando e esperneando com um olhar muito agitado. Recomeças a chorar e eu dou-te mais maminha o papá vai tratar do jantar, porque já passou da hora. O papá come, depois vem ele tomar conta de ti e como eu e tu continuas agitada. Vou fazer a cama, vestir o pijama, lavar os dentes e o nariz e passar o fio dental. Está na hora de deitar. Vamos para o quarto dou-te maminha novamente, desligo a luz e lá adormeces. Finalmente passou o serão, chegou a noite passou a hora do stress! Ufa. Ficamos aliviados por ti, amor (e por nós também)! Quando ainda é de noite no quarto acordas para mamar. Às vezes pouco tempo depois de deitar, outras vezes de madrugada (4/5 da madrugada) e ultimamente já de manhã (depois das 7)! Ainda ontem foi o papá que nos acordou quando se levantou para ir para o trabalho (e olha que também já estava atrasado, eram 8:20!). Não se acorda um bebé que dorme. Acordaste quando ele se começou a mexer e eu lhe disse para acender a luz. Estavas cheia de sono. Mamaste num instantinho e voltaste a adormecer (e eu também). Há dias assim. Outros dias, como hoje, mamas mais, demoras mais. Hoje passaram-se quase duas horas desde que acordaste até voltarmos a adormecer. Um dia de cada vez. Uns são mais fáceis que outros. Ontem e antes de ontem já não choraste tanto. Estavas inquieta e agitada, mas já não gritavas da mesma forma. Deixámos-te dormir mais e tu, durante o serão estavas mais calma. Que bom!

Back In my old Pants: já caibo nas minhas calças de ganga (nas outras ainda não)! Sinto-me mais normal, menos florzinha de estufa e menos bichinho do mato. Sabe-me muito bem sair à rua e ver gente, caminhar à beira-mar e passear à beira-rio. Claro que é contigo. Já fomos a S. Pedro de Muel, a Porto-de-Mós e várias vezes à beira-rio e pela cidade afora. Sabe tão bem!

Também já fomos a Salir à festa de anos da prima A. e agora também à do primo H. Estávamos cheios de medo de te levar tão pequenina  a uma festa, mas correu bem (a festa da prima A., a do primo, nem tanto)... Ficámos no nosso quartinho da casa da quinta.  Ficaste com fome pouco depois de chegarmos e estiveste a comer. As pessoas foram chegando e vieram vindo ao quarto para te conhecer e traziam prendas. Os primo grandes J.L. e C. com os filhotes F. e S., a tia La., as primas V. e La. com o priminho A., os primos D., as primas M., os bi'vós, a amiga I. da vovó L.. Todos vieram conhecer-te, uns de cada vez, com muita calma porque és um bebé pequenino e não queremos confusões (e tu não gostas) e todos trouxeram prendinhas! Temos de lhes agradecer... Quiseste mais um bocadinho de leitinho e depois fomos lá fora, no teu carrinho, apanhar um bocadinho de ar. Adormeceste pouco antes de começarmos a cantar os parabéns à prima A.. Depois foste ao colinho do papá, que soninho bom! Viemos embora já um bocadinho tarde, mas não acordaste durante a viagem. Foi à nossa porta e cheia de fome!

A festa do primo H. já foi mais complicada. Tinhas tido dorzinhas depois de comer à hora de almoço que passaram, e voltaram ao fim da tarde. Fomos para lá quando melhoraste e parecias estar bem porque dormiste descansada, mas depois de acordares e mamares as dores voltaram com força. Choravas como se não houvesse amanhã. A vovó L., o papá, a tia A. e eu, claro... Não estávamos a conseguir. Ainda estiveste bem o suficiente para tirar umas fotos com o priminho A., mas foi só. Doía-te a barriga, estavas mal-disposta, tinhas sono, estranhaste o sítio (que era o quarto do bi'vô em casa da tia N., não sei. Decidimos vir embora e pusemos-te no carrinho e lá acalmaste e dormiste.

Fazias 8 semanas e tinhas muitas dorzinhas... Estávamos preocupados primeiro, aliviados por passar depois.

Amamos-te muito, Pimentinha!

Na 3ª-feira fazias 2 meses, e na 2ª-feira fomos à consulta com a Dra. E., finalmente... Ela examinou-te e viu que estava tudo bem. O teu peso estava "óptimo" e a tua altura também. Esclarecemos as dúvidas que trazíamos e falámos-lhe das tuas cólicas. Ela receitou-te um cházinho da farmácia (funcho, camomila e cidreira). Também nos esclareceu sobre as vacinas que deverias tomar ('tadinha).

O cházinho começamos a dar-to, mas acho que não fez grande coisa. Continuaste a chorar muito, aflita, todos os serões e às vezes à tarde. Andamos, também nós, muito aflitos por ti. Mas há-de melhor, aliás há-de passar!

Amamos-te muito Pimentinha!

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